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segunda-feira, 18 de maio de 2020
segunda-feira, 11 de maio de 2020
CRÔNICA DO CORONA - ALÔ VOVÓ
ALÔ
VOVÓ…
Marco
Aurélio Bicalho de Abreu Chagas
Em
tempos de quarentena, por força da pandemia do Coronavírus, o
ônibus estava bem vazio, não passavam de sete passageiros, cada um
sentado confortavelmente nas poltronas do coletivo, muito diferente
do que acontece em dias normais.
A
moça ao celular falava com toda a naturalidade, sentada numa
poltrona dentro do ônibus, à noitinha, alheia totalmente aos poucos
passageiros que atentamente ouviam a conversa.
-
Vó, sabe a calcinha, aquela que você me deu... estou usando... você
não tem noção de como é confortável! Fabiana disse que é coisa
de vó.
-
estou, Vó, indo para casa, cansadíssima. Pela manhã dei aula
particular para um aluno com dificuldades em matemática e à tarde
tive que resolver um assunto no banco. Esse paradeiro está um sufoco.
E
assim, seguiam todos ouvindo aquela moça conversando com sua vovó,
durante um bom tempo, no trajeto daquela condução, se dirigindo do
centro para o bairro.
Uma
senhora idosa, ouvindo aquela conversa tão espontânea fazia cada
expressão facial, ora de riso, ora de assombro entremeada com uma
fisionomia de susto.
Alguns
sorriam. Outros fingiam que não estavam ouvindo, mas era quase
impossível, porque a menina se expressava num tom bem alto, talvez
porque imaginava que a vovó, no outro lado da linha, não a
estivesse ouvindo muito bem. E, por outro lado, o ônibus estava bem
vazio.
Despediu-se
da vó e fez, em seguida, outra ligação, agora, para a amiga
íntima. Aquela que é companheira das confidências.
-
querida, não acredito! Como ele pôde? É um mentiroso. Não te
respeita. Você acreditou no que ele disse?
-
amiga todos são assim. Não se preocupe, o tempo dirá o que você
tem que fazer.
Alguns
passageiros não se continham e até se inclinavam para a frente, a
fim de ouvir melhor. Outros, pelas expressões do rosto, demonstravam
que não estavam entendendo bem o que acontecia.
Finalmente,
a garota deu o sinal e desceu com o celular ao ouvido e o que se
passava do outro lado da linha ficou na imaginação dos ouvintes
curiosos.
Como
as pessoas se interessam por saber da intimidade de outras, como
também há aquelas que facilmente expõem gratuitamente a sua
intimidade, sem medir as consequências dessa atitude, muitas vezes
por distração e, sem se dar conta, de que estão em um ambiente
público!
A
discrição é, em verdade, uma virtude que protege o ser de
exposições desnecessárias e que garante a vida íntima da maldade
alheia.
terça-feira, 5 de maio de 2020
CRÔNICA DO CORONA - CORDINHA NA PADARIA
CRÔNICA DO CORONA
CORDINHA
NA PADARIA
Marco
Aurélio Bicalho de Abreu Chagas
Ontem,
à tarde, subi a rua pra comprar o pão e me encontrei com Seu José,
idoso, morador do bairro, parado na esquina, indignado com o que viu
no interior da padaria.
Bravejava,
gritando aos quatro ventos, que o estabelecimento estava afugentando
os clientes, porque colocaram uma cordinha distanciando a pessoa do
balcão, por conta do Corona.
Um
vizinho tentou explicar ao Seu José que aquilo era pra proteger os
clientes de contaminação, em época de pandemia, porque estamos
todos em quarentena.
Nada
do que foi dito, fez o nosso sexagenário se aquietar, continuou
censurando a atitude da padaria, gritando: " não volto lá
enquanto mantiverem a cordinha, separando a gente do balcão."
No
dia seguinte, vi o velhinho na esquina espreitando quem passava em
direção à padaria e resmungando: “vai até a cordinha?”
Que
pena! O cidadão não entendeu os alertas das autoridades sobre os
cuidados com a saúde, em tempos de pandemia.
Todas
as tardes subo aquela rua para ir à padaria e não mais vi pelas
imediações aquele senhor que não concordara com a “cordinha”
no balcão do estabelecimento.
Fiquei a perguntar, o que pode ter acontecido àquele homem? Será que
adoeceu?
Quando
não compreendemos as coisas, as orientações, dificilmente nos
adaptamos às novas situações que a vida nos apresenta.
Adaptar
é uma forma de superar o infortúnio, o imprevisto. Quem não se
adapta corre o risco de sucumbir.
A
adaptação é uma lei. Ou se adapta ou não se adapta.
Passados alguns dias, lá estava o velhinho ranzinza, já mais calmo na
esquina. Perguntei a ele o que havia ocorrido, tinha sentido a sua
falta. Ele me respondeu que tinha ficado doente, mas por sorte não
era a epidemia, tinha sido uma forte gripe.
Aliviado
me disse que, agora, compreendia porque a “cordinha” estava
separando os clientes da padaria do balcão e era muito grato àqueles
que se preocupavam com a saúde e bem-estar dos idosos,
principalmente.
Muitos
ainda não se deram conta que numa quarentena a colaboração ajudar
a todos a superar os momentos difíceis que devemos enfrentar,
porque, em realidade, vivemos em sociedade e não estamos sozinhos
neste Planeta. Uns dependem dos outros e todos nos ajudamos
mutuamente. Os humanos não vivem isolados, vivemos em comunidade e
num Mundo Global que é nossa “casa”.
Em
tempos de pandemia “ficar em casa” é o que se deve fazer. Assim
impediremos que esse inimigo invisível continue a contaminar a
muitos. Que muitas “cordinhas” sejam colocados em todos os cantos
para distanciar esse inimigo invisível e destruidor.
***
segunda-feira, 4 de maio de 2020
CRÔNICA DO CORONA
“FICA
EM CASA”
Marco
Aurélio Bicalho de Abreu Chagas
No
alpendre da casa da esquina, tem um papagaio, quem passa pela rua, a
ave grita: "fica em casa".
O
pássaro falante, segundo o seu dono, de tanto ouvir na tv sobre a
quarentena, aprendeu a dizer a frase, hoje, um mantra: "fica
em casa!"
O
caso viralizou e quem mora na região, quando vai ao supermercado,
ali perto, faz questão de passar naquela esquina para ver o papagaio
alertar: "
fica em casa!"
A
cena tomou tal vulto que nas redes sociais só se postava isso.
A
casa da esquina passou a ser uma atração. Todos queriam ver e ouvir
o papagaio dizer a famosa frase.
O
número cada vez crescente de pessoas que por ali passavam chamou a
atenção das autoridades da prefeitura local e os transeuntes foram
convidados a não transitar pelo local, pois comprometeria as medidas
tomadas para conter a pandemia.
Aos
pouco os pedestres foram se afastando, mas alguns que pelo lugar
passavam, faziam questão de tirar fotos e filmar aquele papagaio que
incansavelmente repetia, a todo o instante: “fica
em casa!”
Quem
diria que uma ave fosse contribuir com os humanos, alertando-os para
que ficassem em casa para não se contaminarem, comprometendo a
própria vida.
Que
exemplo eloquente da natureza, de colaboração. Todos os seres
deverão fazer a sua parte para que o ambiente em que vivemos seja um
oásis de paz.
Vivemos neste Planeta que é a nossa casa e os seres que nele habitam, cada um, tem uma missão a cumprir, contribuindo para a sua preservação, permitindo que vivamos felizes nesta Terra.
“Fica
em casa”
é o lema que restará dessa quarentena, lembrando que essa “casa”
há de ser o refúgio e o nosso porto seguro, lugar em que
encontraremos o necessário para repormos as energias despendidas na
luta diária pela vida e por nossa subsistência.
No futuro, passada essa onda dramática, iremos nos recordar daquele papagaio da casa da esquina que, incansavelmente, avisava a todos que circulavam por aquela rua para ficarem em casa, preservando a saúde e cuidando para que o Corona Virus não disseminasse, contagiando a muitos humanos.
Esse
animalzinho de penas que imita a voz humana nos deixou um lindo
exemplo de persistência, mostrando a nós que podemos com os recurso
que contamos, por pequenos que sejam, possamos servir aos demais,
para o bem de todos, sem distinção. Essa ave, com as cores de nossa
bandeira, fez com sua voz, o bem sem olhar a quem. Que belo exemplo a
seguir!
***
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